Política

"É VERGONHOSA CRISE QUE ASSOLA O PARTIDO" Diz Elias Dlhakama

As alegações do membro sénior do partido RENAMO, Elias Dhlakama, sobre a crise que se vive no maior partido da oposição do país, foram a público na segunda-feira (11), em Maputo, onde este, aponta ser um fenómeno que nunca tinham antes vivenciado.

De acordo, Elias Dlhakama, está é uma situação inexplicável que o partido enfrenta e ”há mais de 40 anos da nossa existência, nunca nos deparamos com uma situação dessas, em que um problema interno da RENAMO fosse parar no tribunal”.

Dhlakama disse também que a crise que se vive dentro do partido, é provocada pelo desrespeito aos estatutos internos para satisfazer apetites pessoais, e considera vergonhoso o actual estágio da organização.

”Sabemos o que são os nossos estatutos. Os nossos estatutos são o nosso guia, a nossa bíblia e a nossa constituição. Todos estão convidados a cumprir. O não cumprimento dos estatutos da RENAMO, nos fez chegar onde chegamos, o que eu considero uma vergonha nacional para o partido”, disse Dlhakama.

O partido RENAMO vive uma crise interna, agudizada por duas providências cautelares movidas por Venâncio Mondlane, membro do partido, contra Ossufo Momade, Presidente, no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo. Mondlane queixou-se do facto de Momade, alegadamente, se esquecer de marcar a data para a realização do congresso.

O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, decidiu a favor de Venâncio Mondlane e suspendeu todas as decisões tomadas por Ossufo Momade e todos os órgãos da Renamo desde 17 de Janeiro, altura em que ficaram fora do mandato. Trata-se da primeira decisão sobre as duas providências cautelares submetidas pelo Venâncio Mondlane, contra Ossufo Momade e o partido que dirige.

Num despacho, datado de 06 de Março, a décima primeira Secção Cível do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, notifica as duas partes que dá “luz verde” ao pedido de suspensão da eficácia dos actos praticados pelo Momade e pelos órgãos do partido nos últimos quase dois meses.

Elias Dhlakama alerta, no entanto, que “quem sai a perder no meio de tudo isso não é o Ossufo Momade e nem o Venâncio Mondlane, mas a própria RENAMO”.

Segundo Elias Dlhakhama, a instabilidade política que o partido vive, marcada por crispação entre alguns membros, pode prejudicar o partido e aponta a possibilidade de a crise forçar a retirada do partido da corrida eleitoral de 9 de Outubro.

”Há riscos porque os nossos adversários podem se aproveitar disto. Porque o que vai acontecer daqui em diante é que Ossufo Momade vai recorrer porque não concorda com a decisão e a justiça vai puxar a corda por muito tempo e vamos chegar nas eleições com rachas”, alertou Elias Dhlakama.

Elias acredita que só a realização do Congresso pode resgatar a essência do partido. ”Se tivéssemos realizado o congresso, nem chegaríamos a esse ponto. A RENAMO precisa de reformas profundas”, reiterou Dhlakama.

Elias Dhlakama frisou ainda que a informação de que não há fundos para a realização do Congresso da RENAMO não constitui verdade e apelou ao presidente do partido a conformar-se com os estatutos.






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